segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Aquele com o Pedido de Casamento





Marcela Amaral (dir. Diário de Anne Frank) brilha em sua cena de Direção II, que na verdade foi um espetáculo, ao dirigir “O Pedido de Casamento”, de Tchecóv. O espetáculo que foi apresentado no dia 8/12 na sala 35 da Escola de Minas mostrou com charme e elegância o quanto uma simples cena deve ter total importância na vida de um diretor. Proporcionando um excelente cenário, criado por ela com ajuda dos atores; trabalhando e modelando a atuação de todos e proporcionando uma das melhores direções de fotografia desse período. Fazem parte do elenco: Luiz Felipe Pereira, Jairo Alna e Aline Santos.

A peça “O Pedido de casamento” é uma das comédias clássicas do teatro russo.  A história gira em torno de um grande proprietário de terras e pai viúvo Tchubukov (Luiz Felipe Pereira) com o dilema de tentar casar a sua filha, já mulher Natalia Stepanova (Aline Santos) com o seu jovem vizinho e caçador Ivan Lomov (Jairo Alna), que certo dia, resolve fazer-lhe uma visita, para pedir a mão de sua filha. A partir de então cenas banais e hilariantes se transformam em pequenas tragédias individuais, dificultando que o jovem Ivan consiga, definitivamente, fazer o pedido de casamento para Natalia.

A peça teve um excelente trabalho de adaptação por Marcela Amaral, ja que trata-se de uma peça de 1888, transformando-a em um liguajar cotidiano.






 

Hilariante, um charme, OTIMAS EXPRESSÕES!


por José César Junqueira

Qual é o Grito do sua CARNE?




Sabe-se que a insanidade é algo que todo o ser humano possui, cabe a ele desenvolve-la ou não, podemos definir insanidade como doença mental, como contorção, distúrbio e demência. Nunca se sabe quando estaremos dementes ou não, quando estaremos ocupando um lugar que julgamos indigno ou errado. Mas alguns, no entanto, querem saber do que realmente são feitos e qual é o seu grito, o que o movimenta para roubar, matar, beijar, odiar e ate mesmo desistir de tudo. Você pode ir visitar uma “favela”, como trabalho social, você pode assistir ao “Discovery”, para estudar o ser humano, e ate mesmo assistir “Estamira”, “Ônibus 174” e “Tropa de Elite”, ou qualquer outro documentário cinematográfico que diz respeito ao nosso Brasil. Mas se você, definitivamente, quer injetar um pouco de adrenalina, tomar controle de sua insanidade, e abrir os olhos para a sociedade, a verdadeira sociedade, eu o convido a assistir ao “O OLHO DA RUA”.
Um espelho sobre você mesmo será colocado e você verá tudo, a postura psicológica será a chave para entender a obra, seja a mente e olhos daqueles que gritam e agem, e uma obra prima surgirá no seu intelecto.

Enquanto os personagens lutam e dançam por justiça e aceitação, você não ocupará o lugar do espectador onisciente, somos todos nós os sacrifícios dos personagens ali apresentados, somos todos partes do mesmo sistema, temos os mesmos cheiros e peso; assim garanto que todos somos os mesmos, logo nós somos os personagens.

“O Olho da Rua” não é nada alarmante, uma pessoa que não é capaz de ver, sentir e aspirar, por exemplo, que tem lixo em algum lugar da casa, não será capaz de compreender a obra. Esse teatro documentário relata as podres e insanas partes da rua do nosso Brasil, digo Brasil porque eu, enquanto sentia ao espetáculo, com os olhos fechados, via o Brasil que eu conhecia apenas na TV e nas revistas. É totalmente asfixiante, uma sensação de nojo e de um murro na barriga tomou meu corpo durante o “espetáculo-documentário”, pensei que seria somente um escândalo cênico, ou algo polêmico; de certa forma havia algo dos dois, mas havia um estudo psicológico, que de propósito ou não, tornou aquilo em um certo instante real.
Como o próprio Freud, rei da psicanálise, nos explica seus conceitos de inconsciente, desejos inconscientes e repressão que foram revolucionários para entender o homem (corpo, mente, desejo, etc), no “o oho...”, nos vemos em uma situação psicológica forte em que nos identificamos com as situações e personagens, e é isso que o torna real. Se não houvesse nada do documentário em nosso inconsciente e subconsciente, seria mentir, e tudo não passaria de um sensacionalismo barato. Mas não, o “O Olho da Rua” asfixia, te assassina, te impune e te recolhe novamente para as nossas ruas.

Definitivamente uma experiência única. Você será vendado, dar-se-á inicio a um assalto, em um momento de adrenalina e de humilhação tudo ficará suficientemente claro, você agora enxerga da prisão, das ruas, da violência, dos mortos e, principalmente, através de você mesmo.
O espetáculo-documentário foi dirigido por Marcelo Costa (Medéia de Bandido), fazem parte do elenco Alan Villela (A Cantora Careca), Bárvara Buzatti, Elisangela Mira da Costa, Francisco Minervino (Cabaret), Higgor Vieira (A Ópera do Malandro) e Wallison Gomes. Produzido por Ricelli Piva e Weber Cooper.


“ASFIXIANTE, ÚNICO, INTELIGENTE”


por José César Junqueira

O dia Da Ressureiçao

As horas Podres